O
Centro de Formação Vicente Canhas, em Luziânia (GO), recebeu os mais de 250
pescadores e pescadoras artesanais de todas as regiões do Brasil. Os Estados de
Minas Gerais, Sergipe, Alagoas, Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte, Ceará,
Rio de Janeiro, Pernambuco, Santa Catarina, Espírito Santo, Amazonas, Pará, Paraíba, Amapá, Rio Grande do Sul, e
Bahia estão representados. Na bagagem, muita música, alegria e esperanças.
Também muitas preocupações movem os participantes com o destino de seus
territórios pesqueiros e suas vidas. Dentre tantas ameaças e ataques que sofrem
com a aquicultura empresarial que retira os recursos pesqueiros indiscriminadamente
e os grandes projetos desenvolvimentistas que expropriam as comunidades
tradicionais, nos últimos meses um dos maiores (se não o maior) crimes
socioambientais do Brasil vêm assolando o litoral nordestino: a chegada
inesperada e inexplicável de óleo cru que chega contaminando os ecossistemas
marinhos e já chegando também em águas doces pelo Delta do Parnaíba. Essas
tantas mazelas, consequências da irresponsabilidade de quem deveria zelar pelo
país e suas populações, serão denunciadas pelo Grito da Pesca 2019. O Movimento
Nacional dos Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP) vai entregar o Projeto de
Lei de Iniciativa Popular para a Comissão de Legislação Participativa do
Congresso Nacional. Espera-se um diálogo respeitoso e resolutivo para que o PL se
torne uma lei de proteção dos territórios pesqueiros. Responsável por,
aproximadamente, 70% do abastecimento do pescado do país, os pescadores e
pescadoras artesanais gritam em alto e bom som: “nossos direitos vêm, se não
vir nossos direitos o Brasil perde também”.
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