Fala da pescadora Marizelha Lopes |
“Se eu morrer amanhã no meu território pesqueiro, meu doutor, já estarei pertinho do céu”, a fala do pescador artesanal de Alagoas, Antônio Gomes dos Santos, traduz o foco do IV Seminário de Pesca Artesanal e Sustentabilidade Socioambiental: territórios pesqueiros, realizado entre os dias 26 e 28 de novembro, no Recife. O momento proporcionou debates e reflexões acerca do território das comunidades pesqueiras e consolidou a urgência em garantir o direito desses grupos e incentivar suas resistências.
Pescadores e pescadoras artesanais de todo Brasil participaram do congresso junto com gestores públicos, agentes não governamentais e pesquisadores de instituições nacionais e internacionais. As temáticas e discussões envolveram diversos campos relacionados ao mundo da pesca artesanal; foram abordados os conflitos enfrentados pelas comunidades tradicionais pesqueiras com o avanço dos grandes projetos que negam seus direitos, a realidade da
pesca para as mulheres e os direitos territoriais das comunidades tradicionais pesqueiras.
Os dias de debate também reafirmaram quais as reais ameaças à sustentabilidade do meio ambiente e a produção da pesca artesanal: "A fala dos empresários e do governo nega a pesca artesanal. Mas na verdade, nós, pescadores e pescadoras artesanais, temos muito pescado ainda, e pescado de qualidade. Contribuímos para a conservação do meio onde estamos inseridos. O que se deve fazer é evitar o avanço desses grandes empresários que poluem as águas, responsabilizar quem realmente ameaça o estoque da pesca artesanal: a politica desenvolvimentista”, discursou a pescadora artesanal da Bahia, Marizelha Lopes.
IV Seminário de Pesca Artesanal e Sustentabilidade Socioambiental: territórios pesqueiros
O evento foi uma iniciativa da Fundação Joaquim Nabuco por meio da Coordenação Geral de Estudos Ambientais e da Amazônia (CGEA), e contou com a parceria do Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP).
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