Neste dia 08 de Junho de
2016, a Comunidade quilombola pesqueira/vazanteira de Caraíbas, no município de
Pedras de Maria da Cruz/MG, inicia um mutirão reabrindo sua estrada tradicional
no trecho que se encontra em poder da fazenda Pioneira e Boa Vista, há quase 10
anos.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZV52qvrvFhWdvnJtNqALmMtfQknRzfR5QVlXH_nxShXcMc7wVN6AGvYFLuzi2FbFBWWuoD8zBMDIJ6xaddIoXBiVM1kxocWBdxCVhOY3c2HMaFhqB63h9kUwf1kqiurxT_JzU7fGyn6E/s320/Ocupa%25C3%25A7%25C3%25A3o+Cara%25C3%25ADbas+2.jpg)
O caso esteve na promotoria
da comarca de Januária em 2008 e foi arquivado em 2012 favorecendo os
fazendeiros. Desde 2010 o mesmo caso se encontra na Procuradoria Federal de
Montes Claros, acumulando uma série de denúncias que gerou uma audiência
pública onde se firmou o prazo de 30 dias pra solução do problema. Dias depois,
o gerente da fazenda Pioneira e Boa Vista assassinou o Cleomar Rodrigues que
tinha um histórico na luta pela terra na região e na abertura da referida
estrada. No mesmo dia o assassino também esfaqueou um pescador numa lagoa
situada nas mediações da estrada. As mesmas denúncias relacionadas foram
encaminhadas à SPU-MG (Superintendência do Patrimônio da União), uma vez que
tal situação ocorre em território de comunidades tradicionais, em área de
domínio da União, às margens do rio São Francisco.
A comunidade tradicional de
Caraíbas comunica à sociedade seu cansaço de longos anos de burocracias e
constrangimentos junto aos diversos órgãos do Estado, com duras perdas, no
processo educacional dos seus filhos, na sua condição de dignidade humana, inclusive
com perdas de vidas graças à negligencia das pessoas e instâncias competentes.
As crianças já ficaram até
60 dias sem frequentar a escola porque a lancha escolar costuma quebrar e a
prefeitura custa a consertá-la. Mesmo com o funcionamento normal, os pais
reclamam que, seus meninos chegam cansados e desmotivados nas escolas devido à
falta de estrada para circulação de um carro. Crianças de 04 anos de idade
levantam às 05hs da manhã para pegar a lancha sendo que o trajeto pela estrada
se pode fazer em 20 minutos.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjI1nXUPCq4eqCxR8Bk8ryVEGTchdvJPMpR1JSsAyjKcONWPcYacOmYGLsCHwnhjKkV2c3Y3YiRmAp7Jx7HH_wO34SwdabRS4RvURjRfvKsWbhTVDxWhYliCPojGYQ6vr5bi-tiaq3vdtM/s320/Ocupa%25C3%25A7%25C3%25A3o+Cara%25C3%25ADbas+3.jpg)
A comunidade é vítima dos
fazendeiros na região desde a década de 1970, com o processo de expulsão do seu
território e fechamento de suas estradas. Desde essa época, vem sofrendo
criminalização diante de suas lutas por vida e por direitos. Agora, a mesma comunidade
exprime que: “Extrapolou-se todos os limites! Não tem mais como esperar pelo
tempo dos órgãos do Estado. O direito de viver pertence a todos!”.
Solicitamos a força dos
órgãos do Estado em favor da existência das famílias de Caraíbas!
NO RIO E NO MAR – PESCADORES
NA LUTA!
NOS AÇUDES E BARRAGENS –
PESCANDO LIBERDADE!
HIDRO NEGÓCIO – RESISTIR!
CERCAS NAS ÁGUAS – DERRUBAR!
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