Por assessoria de comunicação do CPP Nacional
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Foto: Méle Dornelas/CPP Nacional |
Ato simbólico “Abraço ao Rio Doce” levou cerca de 2 mil pessoas para as ruas de Linhares/ES no último dia 04. Audiência pública para discutir o caso foi realizada no mesmo dia.
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Foto: Méle Dornelas/CPP Nacional |
O desastre envolvendo a SAMARCO, cujos donos são a Vale e a anglo-australiana BHP, já trouxe impactos sociais e ambientais gigantescos e que vêm comprometendo o modo de vida de milhares de pescadores e pescadoras artesanais em Minas Gerais e no Espírito Santo, podendo se expandir para outras regiões.
Na última sexta-feira pela manhã, 04, aconteceu o “Abraço ao Rio Doce”, manifestação que reuniu cercad e 2 mil pessoas, entre pescadores e pescadoras vindos de diversos estados do Brasil em Linhares/ES, na ponte da BR101, para denunciar a pouca visibilidade dada ao caso das comunidades pesqueiras e exigir posicionamento do governo e da SAMARCO sobre medidas de mitigação socioambientais a curto e longo prazo para a pesca artesanal e para todos os impactados. Foram quase 2 horas de caminhada pelas ruas de Linhares até os manifestantes chegarem a Ponte da BR 101. Encenações, cartazes, faixas e gritos pediam que a SAMARCO se responsabilizasse e dialogasse com as famílias impactadas. "Queremos discutir as medidas que a empresa vai tomar, queremos garantir nossas vidas, nosso sustento. Esse desastre não pode passar impune", desabafou uma das pescadoras.
Foto: Méle Dornelas / CPP Nacional |
Até então, já foram 11 toneladas de peixes mortos retirados ao longo do Rio Doce, que recebeu o equivalente a 25 mil piscinas olímpicas de lama proveniente do rompimento da barragem da mineradora Samarco. “O povo não perdeu só seus bens, mas sua própria história”, fala pescadora do Movimento de Pescadores e Pescadoras do Brasil (MPP), que puxou o ato.
A manifestação também reivindicava a ida da pesca artesanal para o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA). Após a extinção do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), o setor da pesca artesanal foi realocado para o Ministério da Agricultura (MAPA). Segundo o MPP, “o MAPA representa os setores do agronegócio e das grandes indústrias, inclusive mineradoras feito a SAMARCO, e Kátia Abreu é a principal inimiga das comunidades tradicionais.”
Audiência Pública sobre o caso Rio Doce
Na tarde do mesmo dia (04), por solicitação do MPP ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES), foi realizada audiência pública também no distrito de Regência, a 30 km da Ponte da BR 101, para discutir medidas necessárias para minimizar os impactos do rompimento da barragem que destruiu a cidade de Mariana no último dia 05 de novembro, e que vem espalhando sua lama tóxica pelo Rio Doce e pelo mar.
Estiveram presentes na audiência o MPP, representantes do Ministério Público Federal (MPF), do MPES, do ICMBIO, da prefeitura de Linhares e de movimentos e organizações que apoiam a luta da pesca artesanal. Nenhum representante oficial da SAMARCO se fez presente.
Confira reportagem do Profissão Repórter sobre o caso, clique aqui.
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