quarta-feira, 22 de julho de 2015

Criada primeira Articulação da Juventude Pesqueira do MPP



Por  MPP Recôncavo e Baixo Sul Baiano



A folha da juventude
É o nome certo desse amor
Já podaram seus momentos
Desviaram seu destino
Seu sorriso de menino
Tantas vezes se escondeu
Mas renova-se a esperança
Nova aurora a cada dia
E há que se cuidar do broto
Pra que a vida nos dê flor e fruto
(Milton Nascimento)


A juventude pesqueira e quilombola tem muito o que comemorar! Em Assembleia – realizada entre os dias 16 e 18 de julho, o Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP) do Recôncavo e do Baixo Sul Baiano organizaram a Articulação da Juventude Pesqueira, primeira articulação do gênero na Bahia.

Em consonância com os principais movimentos sociais do campo, o MPP se coloca para discutir e propor formas de organizar a juventude e de enfrentar questões centrais que envolvem ser jovem, pescador e quilombola no Brasil hoje. No contexto de ataque aos direitos trabalhistas, os jovens – e principalmente as mulheres jovens – também enxergam seus direitos retirados, vide as MP 664 e 665 e o Decreto 8425. Com essas mudanças na legislação, a juventude tem sua identidade de pescador negada e se vê cada vez mais empurrada para o mercado de trabalho formal.

Outro elemento que impulsiona a Articulação da Juventude Pesqueira no Recôncavo e no Baixo Sul baiano é o alto índice de extermínio da juventude negra que, casada com a falta do acesso à Políticas Públicas específicas para esse público, torna a juventude pesqueira e quilombola mais vulnerável sociocultural e ambientalmente. Segundo dados do Mapa da Violência, na Bahia, entre 2002 e 2012, o índice de homicídios mais que triplicaram, sendo a Bahia o quinto estado mais violento do Brasil.

Além disso, segundo o Mapa da Violência de 2014, “As taxas negras apresentam um surto repentino. Considerando os jovens, as taxas negras aumentaram de 74,1% em 2011 para 80,7% em 2012” possuindo, portanto, um crescimento de 8,9%.
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É também pauta da Articulação o combate à violência sexual e a prostituição entre as jovens das comunidades pesqueiras, que são constantemente assediadas por funcionários de empresas, fazendas e outros empreendimentos que chegam em suas comunidades.
Inicialmente a Articulação se propõe a elaborar um diagnóstico contendo as demandas da juventude em suas comunidades, para posteriormente serem estabelecidas metas e pautas que nortearão a construção do Encontro da Juventude Pesqueira.

Como compromissos, a juventude se compromete a auxiliar o MPP no que diz respeito a comunicação.

Pensar formas de garantir o direito ao território e ao bem viver são as pautas pensadas pelos jovens do MPP.

Vida longa à articulação da Juventude!
No rio e no mar: Pescadores na luta!
Nos açudes e nas barragens: Pescando a Liberdade!
Hidronegócio: Resistir!
Cerca nas águas: Derrubar!

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