segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Comunidade pesqueira busca nas CEBs o fortalecimento de suas bases

Por Francisco Vladimir, Comunicação do 13º Intereclesial.

O 13º Intereclesial das CEBs acontece, desde o último dia 07, nas terras do Padre Cícero, da Beata Maria de Araújo e do beato Zé Lourenço em Juazeiro do Norte (CE). Terra de resistência e força nordestina. O momento, além de partilhar a vida, as experiências e as reflexões das CEBs, é também de fazer memória viva da caminhada da Igreja, revela com mais clareza a situação de sofrimento e resistência dos povos e expressa a biodiversidade do planeta terra.

Maria Eliene (Maninha) da comunidade do Jardim Fortim, no Litoral Leste do Estado do Ceará, está participando com outros cinco moradores da comunidade. Maninha é pescadora e membro do Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais do Brasil (MPP). Ela conta que o movimento é apoiado pelas CEBs e que, esse apoio, é uma grande força. Disse também, que é um movimento formado por homens e mulheres que produzem alimentos saudáveis e contribuem para a soberania alimentar do país. O trabalho desses grupos preserva as águas, as florestas, os manguezais e a cultura dos ancestrais. “Somos Pescadores e Pescadoras e lutamos para defender o nosso território”, disse a pescadora.

O MPP, que é também ligado à Pastoral dos Pecadores, desde 2012 realiza em todo o Brasil uma Campanha pela regularização do Território das Comunidades Tradicionais Pesqueiras. “Essa campanha foi lançada em Brasília (DF), em Junho/2012 e busca a assinatura de 1% dos eleitores brasileiros, por isso temos que conseguir mais de 1.406.466 assinaturas. Queremos que exista (e seja cumprida) uma lei de iniciativa popular que propõe a regularização do território das comunidades tradicionais pesqueiras”, destaca Maninha.

Maninha disse ainda que essa lei só será implantada pelos Governos se conseguirem essas assinaturas. Ela garante o trabalho, o sustento, o território das comunidades pesqueiras, das marisqueiras, e de todos aqueles que moram em comunidades tradicionais, como os indígenas e quilombolas. Além disso, a pescadora enfatizou que a defesa dos direitos de pescadores e pescadoras artesanais é garantir na mesa da população brasileira um peixe natural e saudável. Ela denunciou que todos esses bens naturais estão ameaçados de extinção devido ao processo de privatização das águas e dos territórios pesqueiros. Pediu e contou com o apoio de toda a Igreja neste mutirão pelas comunidades pesqueiras: pela biodiversidade, cultura e soberania alimentar do povo brasileiro.

“As CEBs têm uma profunda relação conosco, o fortalecimento das bases. Nós das comunidades tradicionais somos um povo de muita fé, de muita luta, e as CEBs são uma garantia, uma força, assim temos a certeza que temos companheiros do nosso lado”, concluiu Maninha.

Saiba mais sobre a Campanha em campanhaterritorio.blogspot.com.br

Assista ao vídeo clique aqui

O intereclesial acontece sempre em uma arqui(diocese) escolhida durante a realização do encontro. A sede do 14º Intereclesial que acontece a em 2018, será votada e anunciada neste sábado, dia 11, antes do encerramento desta edição. A programação prevê que, às 16 horas uma Romaria das Comunidades sairá da Igreja do Socorro rumo à Basílica de Nossa Senhora das Dores, em Juazeiro do Norte, onde será celebrada uma missa de envio.

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