terça-feira, 9 de julho de 2019

“A riqueza cubana não está na cidade, está no campo”

A pescadora do MPP Josana Costa dá as suas impressões sobre a VII Assembleia da CLOC

No período de 25 a 30 de junho foi realizada a VII Assembleia da CLOC (Congresso da
Coordenadoria Latinoamericana de Organizações do Campo), em Cuba, na cidade de Güira de Melena. Josana Costa foi a representante brasileira do Movimento dos Pescadores e Pescadoras artesanais no encontro. 

Na assembleia geral, 300 delegados de organizações campesinas, afrodescendentes, indígenas e pescadores debateram como reagir ao modelo capitalista e como fortalecer o socialismo, seguindo o exemplo de Cuba. “Uma das indicações feitas foi combater o capitalismo, reagindo contra o Agro, o hidro e minério negócio, além de fortalecer o campesinato feminista”.O Congresso agrega várias atividades conjuntas. No dia 25, houve a Assembleia da Juventude Campesina, dia 26, foi a vez da VI Assembleia das Mulheres da CLOC, no dia 27 foram feitas visitas às fazendas nos arredores de Havana e no dia 28 foi a Assembleia Geral, no Centro de Convenções do governo, em Cuba. Dia 29 foi feito trabalho em grupo e dia 30 foi o encerramento. 

Com o tema “Com feminismo construímos socialismo”, a Assembleia das Mulheres teve uma boa avaliação da pescadora. “Na carta final, nós pescadoras e pescadores ficamos bem representados, todos tivemos oportunidade de participação”, afirmou.

No documento final da Assembleia das Mulheres, as campesinas afirmam que as mulheres rurais lutam por uma sociedade justa e igualitária, “que transforme as relações de poder que marcaram a subordinação das mulheres e, especialmente, das que vivemos em áreas rurais, em condições de pobreza e discriminação a que temos sido submetidas pelas políticas patriarcais, pelos sistemas de exploração do agronegócio transnacional, pelos deslocamentos, migrações forçadas e pela violência”. (Confira o documento na íntegra aqui!)

A experiência em Cuba

“Saúde, alimentação e educação são prioridades de verdade em Cuba”, definiu Josana após a passagem dela por terras cubanas.
Conhecer a organização do campesinato e a produção agrícola na ilha caribenha, impressionou Josana e fez com que crescesse a admiração pelo país e o seu povo. “Tive a oportunidade de conhecer a rica experiência desse país, um país onde não se dá o que sobra e sim se dá o que se tem. Nas visitas às cooperativas campesinas, pudemos perceber a grandeza da produção do povo do campo”.   As visitas feitas às cooperativas nas fazendas de Havana e nas províncias de Güira Melena, realizadas no dia 27, impressionaram Josana por outros motivos também. “Todos camponeses e camponesas tem cursos superiores, são técnicos agrícolas, agropecuários, entre outras coisas”. 

A fartura de alimentos e as políticas de Estado voltadas para a alimentação da população comoveram a pescadora. “Há muita fartura em alimentos. 1kg de arroz é equivalente a R$ 0,25 e o Estado dá uma ajuda alimentícia para todas as famílias”. As políticas específicas para as mulheres também foram bem avaliadas pela militante. “As mulheres têm obrigação de serem acompanhadas durante o período de gestação. Se houver algum problema de saúde, elas têm uma casa de apoio que o governo usa para amparar durante a gestação, ou até 7 meses após o nascimento da criança”, explica. 

Após toda essa imersão no modo de vida cubano, Josana chegou à uma conclusão bem elogiosa sobre a vida do campesinato em Cuba. “A riqueza cubana não está na cidade, ela está no campo. Essa foi uma experiência única em minha vida!”, concluiu. 


Confira os documentos produzidos no Congresso:


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