Foto: Portal A Tarde |
Cerca de 400 moradores de Ilha de Maré, entre pescadores e remanescentes de quilombolas, realizaram uma manifestação ontem, 20, e bloquearam a entrada do Porto de Aratu.
O protesto era contra o descaso do poder público na região desde o acidente com o navio Golden Miller, das Bahamas, no dia 17 de dezembro, que espalhou uma mancha de óleo pela Baía de Todos-os-Santos e chegou até a Ilha de Maré.
A presidente do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra, Vilma Reis, explica que a mancha de óleo afetou a pesca e, principalmente os berçários nos manguezais, prejudicando o trabalho das marisqueiras.
Navio ficou destruído após o incêndio causado por uma explosão
De acordo com a pescadora, que mora na comunidade quilombola Bananeiras, os moradores apresentaram uma pauta de reivindicações para a Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba) no dia 19 de janeiro, que se negaram a conversar com os manifestantes.
"Nem a Codeba nem a secretaria de Meio Ambiente nos dão resposta. Mas estamos no prejuízo, porque não vendemos nada em dezembro, e ficamos em uma situação difícil. Por isso vamos permanecer aqui [no Porto de Aratu] até o presidente da Codeba e o secretário se manifestarem", revela a presidente da associação.
A Ilha de Maré possui quatro comunidades remanescentes de quilombolas que já foram certificadas, e outras que estão em processo. Além delas, também há os moradores que dependem da pesca para sobreviver.
A equipe do Portal A TARDE entrou em contato com o posto da Codeba no porto de Aratu, mas um inspetor e um técnico de plantão afirmaram que não possuíam informações sobre a manifestação.
Também indicaram que a administração da Companhia fosse contatada, entretanto os funcionários do local não haviam chegado por conta do bloqueio feito pelos manifestantes. Além disto,a reportagem tentou contato com a sede da Codeba, em Salvador, mas não obteve êxito.
Relembre o caso
O navio gaseiro Golden Miller, de bandeira das Bahamas, sofreu um incêndio no dia 17 de dezembro,após uma explosão na parte interna da embarcação.
Apesar do fogo ter sido controlado por uma equipe de brigadistas do Porto de Aratu, a mancha de óleo se espalhou por uma área de cerca de 2,6 km².
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